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Sabe aquela sensação de que o café está mais amargo para você do que para os outros? Não é frescura, nem erro no preparo: pode ser genética.

Uma nova linha de pesquisas científicas tem revelado que nossa percepção do sabor do café está diretamente ligada à forma como nossos genes interpretam compostos químicos como a cafeína e os ácidos clorogênicos. Em outras palavras, o café “amargo demais” pode estar no seu DNA.

Neste artigo, vamos explorar como essa descoberta pode mudar a maneira como você escolhe e aprecia o café.

Vamos falar sobre os fatores genéticos envolvidos, os tipos de café mais toleráveis para quem é sensível ao amargor, e como especialistas e baristas têm lidado com essas diferenças na prática.

O que você vai aprender:

  • Por que algumas pessoas sentem mais amargor no café?
    Isso pode estar ligado a variantes genéticas que afetam os receptores de sabor.
  • A genética influencia no gosto pelo café?
    Sim, algumas pessoas têm genes que aumentam a sensibilidade ao amargor.
  • Cafeína tem gosto amargo?
    Sim, mas há outros compostos mais amargos que ela no café.
  • Existe café menos amargo?
    Sim. Grãos menos torrados e métodos como prensa francesa tendem a suavizar o sabor.
  • Quem sente mais amargor costuma evitar café?
    Curiosamente, nem sempre muitos se acostumam ou preferem cafés mais doces ou com leite.
  • Isso afeta a indústria do café?
    Sim, baristas e torrefadores já adaptam produtos para públicos mais sensíveis.
  • Há teste genético para isso?
    Sim, mas ainda é algo restrito a exames específicos de sensibilidade gustativa.

Agora que você já entendeu o básico, vamos explorar como o seu paladar e até sua herança genética, moldam a sua relação com o café.

O gosto pelo café pode estar nos seus genes

Pesquisadores da Northwestern University e de instituições australianas descobriram, em um estudo com mais de 400 mil pessoas, que quem tem maior sensibilidade genética ao sabor amargo da cafeína tende, curiosamente, a consumir mais café.

A hipótese? Essas pessoas associam o amargor ao efeito estimulante e aprendem a gostar dele.

Por outro lado, aqueles mais sensíveis a outros compostos amargos, como quinina e PROP (substâncias usadas em testes gustativos), costumam evitar café ou preferem versões mais suaves e adoçadas.

Essa diferença vem de variações nos genes TAS2R38 e outros relacionados à percepção de gosto. Eles modulam como nossos receptores linguais reagem aos componentes químicos da bebida.

café amargo
Imagem Ilustrativa

Por que um café pode parecer amargo demais?

O amargor não vem só da cafeína. Compostos como ácidos clorogênicos, fenóis e até resíduos de torra influenciam a experiência sensorial.

Fatores que acentuam o amargor:

  • Torra escura: degrada os açúcares naturais e intensifica o amargor.
  • Extração prolongada (como no espresso mal tirado): libera mais compostos amargos.
  • Água muito quente: queima os óleos e cria sabores desagradáveis.
  • Café velho ou mal armazenado: perde aroma e ressalta notas negativas.

Como escolher um café menos amargo?

Se você é do time que torce o nariz para o amargor, não precisa abandonar a xícara. Veja dicas para tornar a experiência mais suave:

  • Prefira cafés de torra clara ou média: mantêm mais doçura natural.
  • Use métodos como prensa francesa ou Hario V60: eles realçam notas frutadas e reduzem amargor.
  • Experimente grãos do tipo Arábica: têm menos cafeína e são naturalmente mais doces.
  • Considere adicionar leite vegetal ou creme: suavizam a percepção de amargor sem eliminar os aromas.

O que dizem os especialistas?

Baristas entrevistados pelo canal James Hoffmann no YouTube relatam que muitas pessoas sensíveis ao amargor se beneficiam ao mudar o método de preparo.

Já pesquisadores citados em artigo do jornal O Globo ressaltam que fatores genéticos explicam por que o mesmo café pode ser amado por uns e detestado por outros.

Essas descobertas estão levando cafeterias e marcas a repensar suas ofertas, criando blends com menos notas amargas e opções mais personalizadas.

Café é ciência, gosto e identidade

Ao descobrir que o amargor que você sente pode ser resultado dos seus genes, abre-se um novo capítulo na sua relação com o café. A bebida deixa de ser apenas um hábito e se torna uma experiência pessoal e genética.

Entender como seu corpo reage é um passo para escolher melhor, apreciar mais e, quem sabe, experimentar novas formas de preparo.

sente o aroma do café
Imagem Ilustrativa

E você? Já percebeu que o café tem gosto diferente para você do que para outras pessoas?
Compartilhe sua experiência nos comentários. Seu paladar pode inspirar outras descobertas!

FAQ: Perguntas comuns sobre sensibilidade ao café

  1. O café pode parecer mais amargo em jejum?
    Sim, o estômago vazio aumenta a sensibilidade ao amargor.
  2. Quem tem refluxo sente mais amargor?
    Pode sentir, pois a acidez e os ácidos estomacais alteram o paladar.
  3. Café Arábica tem menos amargor?
    Sim, ele é mais suave que o Robusta.
  4. Torra escura é sempre mais amarga?
    Em geral, sim. Queima compostos doces e acentua sabores fortes.
  5. Posso adoçar sem perder o sabor do café?
    Pode. Açúcares naturais ou leite ajudam a equilibrar sem mascarar.
  6. Filtro de papel influencia no sabor?
    Sim, ele retém óleos e pode deixar o café mais limpo, menos encorpado.
  7. Beber café frio muda a percepção do amargor?
    Sim, o frio reduz a percepção de sabores voláteis e amargos.
  8. Existe café naturalmente doce?
    Sim. Alguns microlotes e fermentações controladas produzem cafés mais doces.
  9. Água influencia no gosto do café?
    Sim. Água dura ou com cloro pode realçar o amargor.
  10. Café descafeinado é menos amargo?
    Nem sempre. Depende do processo de descafeinação e da torra.

Autor

  • david dias

    Apaixonado por café e entusiasta do universo dos grãos, David Dias é especialista em explorar sabores, métodos de preparo e curiosidades sobre a bebida mais amada do mundo. Com anos de experiência no mercado de cafés especiais, compartilha dicas práticas e informações valiosas para transformar sua experiência com o café. Acredita que cada xícara tem uma história e está aqui para ajudar você a descobrir a sua.

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