Café requentado faz mal? O que a ciência e o paladar dizem

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A prática de esquentar o café que sobrou do dia anterior é comum em muitas casas, escritórios e estabelecimentos. Mas será que tomar café requentado faz mal à saúde? Ou será apenas uma questão de sabor e aroma comprometidos? A resposta é mais técnica do que parece.

Embora o café requentado não seja tóxico, ele passa por alterações químicas significativas que degradam seu valor sensorial e, em alguns casos, podem causar desconfortos gastrointestinais se consumido com frequência.

O que acontece é que o café, uma vez preparado, inicia um processo natural de oxidação, que é acelerado com o tempo, calor e contato com o oxigênio. Ao ser reaquecido, esse processo se intensifica, impactando diretamente nos óleos essenciais, compostos aromáticos e ácidos orgânicos da bebida. Isso pode resultar em um sabor amargo, metálico e até mesmo enjoativo.

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Embora não existam evidências robustas de que o consumo ocasional de café requentado cause doenças, o uso prolongado de bebidas degradadas pode provocar azia, má digestão e irritações gástricas, especialmente em pessoas mais sensíveis.

Mas até onde isso é um problema de saúde real ou apenas um prejuízo sensorial? A seguir, vamos entender como o reaquecimento afeta o café, o que a ciência já comprovou sobre essa prática e quais alternativas mais saudáveis e saborosas existem para quem quer evitar o desperdício.

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O que acontece com o café ao ser requentado?

Ao ser preparado, o café libera uma série de compostos voláteis que formam seu aroma e sabor característicos. No entanto, essas moléculas são extremamente sensíveis ao tempo e à temperatura. Quando o café esfria e depois é reaquecido, a composição química da bebida se altera de forma significativa.

Café requentado
Imagem Representativa

Transformações mais comuns durante o reaquecimento:

  • Degradação dos óleos aromáticos
  • Aumento da acidez
  • Oxidação de polifenóis
  • Alteração de compostos fenólicos, afetando o sabor
  • Aromas e notas sensoriais tornam-se opacos ou desaparecem completamente

O reaquecimento, na prática, intensifica a oxidação, comprometendo não apenas o paladar, mas também a estabilidade química da bebida.

Por que a oxidação é tão crítica para o café?

A oxidação é um processo químico que ocorre naturalmente em alimentos e bebidas, especialmente quando expostos ao ar, calor e luz. No caso do café, o efeito é mais evidente e impacta diretamente na qualidade da bebida.

Como a oxidação afeta o café?

  • Após 20 minutos, o café já começa a oxidar perceptivelmente
  • Acima de 1 hora, as alterações sensoriais se tornam evidentes: sabor mais amargo, perda de frescor, aroma reduzido
  • Quando reaquecido, a oxidação atinge níveis elevados, quebrando compostos benéficos e liberando novos elementos de sabor, geralmente indesejados

Mesmo quando armazenado em garrafas térmicas, o café continua se degradando. O calor constante acelera as reações químicas.

Café requentado faz mal à saúde? Entenda os possíveis riscos

A maioria das pessoas tolera o café requentado ocasionalmente sem efeitos adversos. No entanto, seu consumo frequente pode trazer desconfortos, principalmente em pessoas com predisposição a problemas gástricos.

Possíveis consequências do consumo frequente de café requentado:

  • Irritação da mucosa gástrica
  • Aumento da acidez estomacal
  • Sensação de enjoo ou amargor persistente
  • Desconforto intestinal em pessoas sensíveis à cafeína degradada
  • Menor aproveitamento dos compostos antioxidantes naturais

Embora não existam evidências conclusivas de que o café requentado cause doenças crônicas, a ingestão recorrente de bebidas oxidantes e sensorialmente degradadas não é recomendada, principalmente se o objetivo for manter uma alimentação equilibrada.

A química por trás da degradação do café

A cada 10 °C acima da temperatura ambiente, as reações oxidativas no café dobram de velocidade. Por isso, ao ser armazenado em garrafas térmicas ou aquecido novamente no fogão ou micro-ondas, o café passa por um estresse térmico que acelera a transformação de suas moléculas.

Compostos mais afetados pelo reaquecimento do café

Entre os componentes mais impactados pelo reaquecimento do café estão a cafeína, os ácidos clorogênicos, os lipídios (óleos aromáticos) e os compostos fenólicos.

A cafeína, embora relativamente estável, pode sofrer uma leve redução em sua concentração com o excesso de calor. Já os ácidos clorogênicos se degradam com facilidade, o que eleva a acidez da bebida e interfere no equilíbrio de sabores.

Os lipídios, por sua vez, são altamente voláteis e perdem suas propriedades aromáticas rapidamente, tornando o café menos expressivo no olfato. Por fim, os compostos fenólicos se fragmentam durante o processo, o que contribui para a alteração do sabor e pode aumentar a sensação de amargor.

Comparativo: café fresco x café requentado

CaracterísticaCafé FrescoCafé Requentado
AromaIntenso, floral ou achocolatadoSuave ou inexistente
SaborEquilibrado, limpoAmargo, metálico, ácido
CorpoPresente, aveludadoRalo, com final seco
Benefícios nutricionaisPreservadosReduzidos pela oxidação
Prazer sensorialAltoBaixo ou desagradável

Dicas para evitar o café requentado

1. Prepare apenas a quantidade que será consumida

Evite desperdício e mantenha a qualidade da bebida sempre no auge.

2. Use métodos de preparo individuais

Prensa francesa, aeropress e coadores pequenos permitem dosagem precisa.

3. Armazene o café corretamente

Se sobrar, mantenha-o em recipiente hermético, longe da luz e consuma em no máximo 1 hora.

4. Evite deixar o café em garrafas térmicas por longos períodos

O calor contínuo acelera o processo de degradação química.

5. Nunca reaqueça café adoçado ou com leite

A combinação de açúcar e calor eleva ainda mais o potencial de degradação e pode alterar o pH da bebida.

O café fresco é mais saudável?

Sim. Quando preparado na hora e consumido em condições ideais, o café apresenta:

  • Alta concentração de antioxidantes
  • Equilíbrio entre ácidos e açúcares naturais
  • Menor acidez residual
  • Melhor digestibilidade
  • Sabor mais limpo e prazeroso

Estudos relacionam o consumo de café fresco, em quantidades moderadas, com redução do risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, além de benefícios cardiovasculares.

Café requentado é uma escolha e pode ser evitada

Reaquecer o café pode parecer uma solução prática para evitar o desperdício, mas os impactos na composição química e no paladar tornam essa prática pouco recomendável. A oxidação compromete a qualidade da bebida e, se repetida com frequência, pode gerar desconfortos e reduzir os benefícios naturais do café.

Portanto, a melhor escolha é sempre consumir o café fresco, feito na hora e com a atenção que a bebida merece. Além de garantir o melhor sabor possível, você preserva suas propriedades e transforma cada xícara em uma experiência mais rica e saudável.

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