Apesar da crescente moda do café de cogumelo, cientistas alertam: faltam provas clínicas, sobram promessas de marketing. Entenda os 5 principais motivos pelos quais o produto não é o que parece.

1. O café de cogumelo é tendência, mas não tem respaldo científico
Estudos recentes revelam que as misturas de cogumelos com café, como as das marcas Spacegoods e Reformed, não têm estudos clínicos próprios.
Elas apenas se baseiam em propriedades genéricas de ingredientes como chaga e leão-da-juba. A revista britânica Which? classificou essas bebidas como “produtos de saúde que você não precisa”.
Dado de impacto: Buscas por “cogumelos funcionais” aumentaram 50% no Reino Unido em 2024, mas não há provas sólidas de eficácia.
2. O marketing é mais forte que a molécula
Termos como “energia sem tremores” ou “clareza mental” são recorrentes nas embalagens. Mas não são validados por testes laboratoriais. A estética colorida e as promessas exageradas alimentam expectativas que a ciência ainda não confirmou.
Exemplo real: Spacegoods admite que ainda não fez estudos sobre seus produtos.
Conclusão parcial: A embalagem pode convencer, mas o conteúdo precisa de mais testes.
3. Efeito placebo é o principal fator de bem-estar
Nicholas Money, micologista da Universidade de Miami, afirma que os consumidores podem sentir melhoras simplesmente por acreditarem na eficácia do produto. Trocar o café tradicional por misturas com menos cafeína pode melhorar o bem-estar de forma indireta.
Reflexão: Você está sentindo os efeitos dos ingredientes ou das suas expectativas?
4. Rótulos enganam: “natural” não significa “eficaz”
A legislação europeia permite rotular produtos com termos como “natural”, “funcional” ou “baseado na sabedoria ancestral”, mesmo sem estudos clínicos. Isso dá espaço para alegações vagas e marketing subjetivo.
Dica do especialista: Leia os rótulos com olhar crítico. Legalidade não é sinônimo de comprovação.
5. Popularidade não substitui comprovação
O apelo aos cogumelos medicinais se espalha entre jovens que buscam produtos alinhados ao Ayurveda e à medicina chinesa. Mas a ciência ocidental exige dados empíricos, que ainda faltam.
Cuidado: As redes sociais são ótimas para tendências, mas péssimas para verificar eficácia terapêutica.
Cuidado com superalimentos sem provas
O café de cogumelo pode ser uma opção menos cafeinada, mas falta ciência por trás do hype. Antes de investir em misturas caras, questione, leia os rótulos e lembre-se: moderação e senso crítico ainda são os melhores aliados da saúde.
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Erros a evitar ao consumir alimentos da moda
1. Acreditar que todo produto “natural” é inofensivo: Nem tudo que vem da natureza é seguro em todas as doses ou combinações. Cogumelos, por exemplo, têm compostos bioativos que podem interagir com medicamentos.
2. Substituir tratamentos médicos por suplementos da moda: Nunca troque terapias validadas por produtos não comprovados. O risco é comprometer sua saúde em busca de soluções “milagrosas”.
3. Confiar apenas em depoimentos online: Avaliações e “reviews” podem ser manipulados ou refletir o efeito placebo. Sempre procure fontes independentes e confiáveis.
4. Ignorar a dosagem recomendada: Produtos com ingredientes concentrados precisam ser usados com cautela. Excesso não é sinônimo de resultado.
5. Se deixar levar por marketing visual: Embalagens bonitas e promessas atraentes podem mascarar a ausência de evidências reais. Leia sempre o rótulo e desconfie de soluções genéricas para problemas complexos.