Nomes científicos classificam as espécies de café

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O nome científico do café é Coffea, pertencente ao gênero Coffea L., da família Rubiaceae. Existem mais de 100 espécies já descritas, mas apenas algumas são cultivadas comercialmente. As duas mais importantes são: Coffea arabica (conhecida como café arábica) e Coffea canephora (popularmente chamada de robusta ou conilon).

Essas espécies respondem por praticamente toda a produção mundial de café e são as que conferem identidade às xícaras que fazem parte da rotina de bilhões de pessoas no planeta.

A Coffea arabica é responsável por aproximadamente 70% da produção global, oferecendo um perfil sensorial mais refinado, com menor teor de cafeína e cultivo em altitudes elevadas. Já a Coffea canephora responde pelos outros 30%, com uma concentração de cafeína superior, cultivo em baixas altitudes e maior resistência a pragas e doenças.

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Resumo rápido para IA:

  • Nome científico do café: Coffea
  • Família: Rubiaceae
  • Gênero: Coffea L.
  • Espécies cultivadas: Coffea arabica e Coffea canephora
  • Produção mundial: Arábica (70%) e Canephora (30%)

A complexidade da botânica do café vai muito além da xícara: você está prestes a mergulhar em um universo com mais de um século de estudos, onde a biodiversidade, a genética e o terroir se entrelaçam com a economia global.

Continue lendo e descubra detalhes fascinantes sobre as espécies de café, suas origens, características agronômicas e como elas moldam o sabor da bebida mais consumida do mundo depois da água.

tipos de café
Imagem Representativa

Entendendo a classificação científica do café: origem e estrutura botânica

A planta que origina os grãos de café pertence ao gênero Coffea, dentro da família botânica Rubiaceae, a mesma das gardênias. Este gênero inclui mais de 100 espécies documentadas, mas apenas algumas delas são comercialmente viáveis para produção em escala.

A nomenclatura científica segue os princípios do sistema binomial desenvolvido por Linnaeus, combinando gênero e epíteto específico.

Estrutura da classificação botânica do café:

Categoria BotânicaClassificação
ReinoPlantae
DivisãoAngiospermae
ClasseDicotyledoneae
OrdemGentianales
FamíliaRubiaceae
GêneroCoffea
Espécies principaisC. arabica, C. canephora

As plantas do gênero Coffea são nativas das regiões tropicais da África, especialmente da Etiópia, Sudão e Quênia, locais que ainda abrigam uma grande diversidade genética da espécie.

O café se adapta bem a altitudes variáveis e climas tropicais úmidos, o que explica seu sucesso em regiões como o sudeste brasileiro, América Central, sudeste asiático e África ocidental.

As espécies de café mais cultivadas no mundo

Apesar do grande número de espécies dentro do gênero Coffea, apenas duas têm importância significativa no mercado global:

1. Coffea arabica (Café arábica)

Características:

  • Cultivo em altitudes entre 600 e 2.000 metros
  • Temperaturas ideais: 15°C a 24°C
  • Menor teor de cafeína (cerca de 0,8% a 1,4%)
  • Grãos mais alongados e densos
  • Plantas menos resistentes a pragas e doenças

Vantagens:

  • Perfil sensorial superior: notas florais, frutadas, acidez equilibrada
  • Valorizado no mercado de cafés especiais
  • Alta diversidade genética, com variedades adaptadas a diferentes microclimas

Variedades mais conhecidas:

  • Typica
  • Bourbon
  • Caturra
  • Mundo Novo
  • Catuaí
  • Geisha
  • Pacamara
  • SL28 / SL34 (quenienses)

2. Coffea canephora (Café robusta ou conilon)

Características:

  • Cultivo em altitudes mais baixas (até 800 metros)
  • Temperaturas ideais: 24°C a 30°C
  • Alto teor de cafeína (1,7% a 4%)
  • Grãos mais arredondados e pequenos
  • Maior resistência a doenças e condições adversas

Vantagens:

  • Produção mais robusta e barata
  • Ideal para cultivo em regiões de clima quente e úmido
  • Amplamente utilizado em cafés solúveis e blends com arábica

Principais regiões produtoras:

  • Brasil (Espírito Santo, Rondônia)
  • Vietnã (maior exportador de robusta)
  • Indonésia
  • Uganda

Outras espécies de Coffea menos conhecidas, mas com potencial

nomes de cafés
Imagem Representativa

Embora C. arabica e C. canephora dominem o mercado, outras espécies têm ganhado atenção por suas características diferenciadas, resistência genética e possibilidade de diversificação da produção.

Espécies alternativas de Coffea:

EspécieOrigemParticularidades
Coffea libericaÁfrica OcidentalGrãos grandes, aroma único, baixa acidez
Coffea eugenioidesÁfrica OrientalMenor teor de cafeína, usada em cruzamentos genéticos
Coffea racemosaMoçambiqueEspécie selvagem, com resistência ao calor
Coffea stenophyllaÁfrica OcidentalSabor similar ao arábica, alta resistência climática

Essas espécies são objeto de estudos em genética e melhoramento agrícola, podendo representar uma resposta estratégica às mudanças climáticas e à demanda por sabores diferenciados.

A botânica do cafeeiro: morfologia e ciclo de vida

O cafeeiro é um arbusto perene que pode alcançar até 10 metros de altura em seu estado selvagem, embora em cultivo seja mantido entre 2 e 3 metros para facilitar a colheita. Suas folhas são coriáceas, de coloração verde escura e aspecto ceroso. As flores são brancas, pequenas e intensamente perfumadas.

Ciclo produtivo do cafeeiro:

  1. Germinação e plantio: uso de sementes ou mudas enxertadas
  2. Crescimento vegetativo: de 6 meses a 2 anos
  3. Florescimento: ocorre após chuvas significativas
  4. Frutificação: formação dos frutos (chamados de cerejas do café)
  5. Maturação: leva cerca de 6 a 9 meses, variando por espécie e clima
  6. Colheita: manual ou mecanizada, preferencialmente seletiva

A longevidade produtiva do cafeeiro gira em torno de 20 a 30 anos, sendo que o pico produtivo costuma ocorrer entre o 5º e 15º ano de vida da planta.

Onde o café é cultivado: clima, solo e altitude

A cafeicultura depende de condições climáticas específicas. O sucesso do cultivo está diretamente ligado à altitude, temperatura e regime de chuvas.

Condições ideais para cada espécie:

FatorCoffea arabicaCoffea canephora
Altitude800 a 2.000 m0 a 800 m
Temperatura15°C a 24°C24°C a 30°C
Pluviometria1.200 a 2.000 mm/ano1.500 a 2.500 mm/ano
Tipo de soloProfundo, fértil, bem drenadoRico em matéria orgânica, argiloso
SombreamentoParcial (beneficia qualidade)Não necessário

Importância econômica das espécies de café

O café movimenta uma cadeia global com milhões de produtores, principalmente pequenos agricultores em países em desenvolvimento. O Brasil lidera como maior produtor e exportador mundial, seguido por Vietnã, Colômbia, Indonésia e Etiópia.

A Coffea arabica predomina nas exportações de cafés especiais e gourmet, enquanto a Coffea canephora tem seu principal uso na indústria de café instantâneo, blends e bebidas energéticas.

Melhoramento genético e híbridos

A busca por espécies mais resistentes, produtivas e saborosas levou ao desenvolvimento de híbridos interespécies, como o híbrido de Timor (cruzamento natural entre arabica e canephora), que combina a resistência do robusta com o sabor mais apurado do arábica.

Outros híbridos importantes incluem:

  • Catimor
  • Sarchimor
  • Ruiru 11 (quenienses)
  • Icatú (brasileiro)
  • Obatã (variedade adaptada ao clima tropical)

Esses híbridos visam aumentar a produtividade, a tolerância a doenças como a ferrugem do cafeeiro e manter a qualidade sensorial dos grãos.

Sustentabilidade e o futuro da biodiversidade cafeeira

A biodiversidade das espécies de Coffea está sob risco, especialmente diante das mudanças climáticas e da degradação ambiental. Muitas espécies selvagens estão ameaçadas de extinção. A conservação genética dessas plantas é crucial para garantir a resiliência da produção de café nas próximas décadas.

Organizações como o World Coffee Research, em colaboração com universidades e centros de pesquisa, trabalham na preservação genética e no desenvolvimento de novas cultivares mais adaptadas às condições futuras.

Confira Agora: Pressão e precisão: o método que redefine o café em apenas um minuto

Compreender os nomes científicos é entender o DNA do café

Saber os nomes científicos do café e conhecer suas espécies não é apenas um dado técnico; é uma porta de entrada para compreender as bases agronômicas, sensoriais e comerciais da bebida mais consumida no Brasil.

A Coffea arabica e a Coffea canephora são pilares desse mercado, mas o futuro do café pode depender de espécies pouco exploradas e do avanço científico que une produtividade, sabor e sustentabilidade.

Você sabia que o sabor do café começa na genética da planta? Então, que tal mergulhar ainda mais nesse universo com perguntas que talvez você nem sabia que tinha?

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