Se você sente que todos os cafés têm o mesmo gosto, provavelmente ainda não conhece os diferentes tipos de grãos que existem. Cada variedade possui características únicas de sabor, aroma e acidez e entender isso pode transformar totalmente sua experiência com o café.
Um estudo da International Coffee Organization (ICO) revelou que mais de 70% dos consumidores escolhem café sem saber a origem do grão. Isso significa que milhões estão perdendo o melhor da bebida mais consumida do Brasil.
A diferença entre um café amargo e um café equilibrado pode estar apenas no tipo do grão. Alguns são mais doces, outros mais frutados, enquanto há variedades com notas achocolatadas ou até florais.

Neste artigo, você vai conhecer os 7 principais tipos de grãos de café e entender como cada um pode influenciar sua xícara. Prepare-se para fazer escolhas mais inteligentes, seja na cafeteria ou no supermercado.
1. Arábica: o clássico das cafeterias especiais
O grão arábica representa cerca de 60% da produção mundial e é conhecido por sua qualidade superior. Cultivado em altitudes elevadas, principalmente em regiões como Minas Gerais, Cerrado Mineiro e Sul de Minas, ele possui menor teor de cafeína e maior complexidade sensorial.
Características marcantes:
- Sabor suave e adocicado
- Notas que variam entre chocolate, frutas secas e flores
- Menor amargor em relação ao robusta
Em competições mundiais de baristas, os cafés utilizados quase sempre são 100% arábica.
Por que isso importa?
Se você busca um café mais refinado para tomar sem açúcar, o arábica é a escolha ideal.
2. Robusta (ou conilon): intensidade e corpo marcante
Originário da África Ocidental, o grão robusta é cultivado em regiões de baixa altitude e tem resistência maior a pragas. No Brasil, é muito comum no Espírito Santo e Rondônia.
Principais atributos:
- Sabor mais forte, amargo e terroso
- Alto teor de cafeína (cerca do dobro do arábica)
- Corpo mais denso e cremosidade acentuada
Quando usar:
Ideal para quem prefere um café forte pela manhã ou para base de blends em cafés espresso. Embora menos valorizado em cafeterias especiais, o robusta tem papel essencial em blends que priorizam corpo e vigor.
3. Grão libérica: o raro desconhecido
A variedade libérica representa menos de 2% da produção global e é considerada um grão exótico. Seu cultivo se concentra na África Ocidental e partes do Sudeste Asiático.
Perfil sensorial:
- Aromas complexos, mas sabor muitas vezes imprevisível
- Corpo médio com notas herbais e de especiarias
- Baixa acidez
Insight importante:
A libérica vem ganhando atenção em cafeterias que buscam oferecer experiências sensoriais únicas e fora do comum.
Pattern interrupt:
Você já provou um café com notas que lembram folhas verdes ou manjericão? Isso é possível com libérica.

4. Excelsa: complexidade surpreendente em pequenas doses
A variedade excelsa é tecnicamente uma subespécie da libérica, mas com características sensoriais tão distintas que muitas fontes a tratam como uma categoria à parte.
Destaques do sabor:
- Notas frutadas intensas, como tamarindo e frutas cítricas
- Corpo leve e acidez brilhante
- Finalização prolongada e refrescante
Uso prático:
Muito usada em blends para realçar a acidez e dar equilíbrio a cafés mais pesados.
Transição:
Se você gosta de cafés com acidez vibrante, comece prestando atenção nos rótulos que mencionam excelsa.
5. Catuaí, bourbon e mundo novo: variações do arábica com personalidade própria
Essas três variedades são subtipos do arábica, desenvolvidas ao longo do tempo para melhorar produtividade e sabor.
Catuaí:
- Muito cultivado no Brasil
- Sabor equilibrado e corpo médio
- Ótimo para métodos filtrados
Bourbon:
- Mais doce e complexo
- Notas de chocolate, nozes e frutas vermelhas
- Preferido em cafés gourmet
Mundo novo:
- Excelente produtividade
- Corpo intenso e sabor mais encorpado
- Ideal para espresso e blends
Ao escolher um café arábica, olhar a variedade (e não apenas a espécie) pode revelar sabores que você nunca imaginou encontrar.
6. Grãos fermentados ou com processos experimentais
Embora não sejam tecnicamente um “tipo de grão”, os cafés com fermentações controladas têm ganhado destaque. A variedade do grão é combinada com técnicas de pós-colheita para criar perfis sensoriais inéditos.
Processos comuns:
- Fermentação anaeróbica: confere notas de vinho ou frutas maduras
- Natural experimental: aumenta a doçura e complexidade
Alguns cafés fermentados podem ter sabores que lembram champanhe, abacaxi ou até hibisco, sem qualquer aditivo artificial.
7. Grãos especiais x grãos comerciais: a diferença está no cuidado
Por fim, é essencial distinguir entre cafés especiais e comerciais, independentemente da variedade.
Critério | Café Especial | Café Comercial |
---|---|---|
Pontuação SCA | Acima de 80 pontos | Abaixo de 80 pontos |
Seleção de grãos | Manual e rigorosa | Mecânica e volumosa |
Defeitos permitidos | Nenhum ou mínimos | Com presença de grãos defeituosos |
Rastreabilidade | Alta (fazenda, altitude) | Baixa ou inexistente |
Mesmo um grão arábica pode render uma bebida medíocre se for mal processado ou tiver baixa pontuação.
Entenda o grão para extrair o melhor do café
Compreender os diferentes tipos de grãos de café é o primeiro passo para deixar de ser apenas um consumidor e se tornar um apreciador de verdade. Cada tipo do clássico arábica ao exótico excelsa, oferece um universo sensorial único, e a escolha certa pode elevar o sabor da sua xícara.
O café certo não é o mais caro, é aquele que combina com o seu paladar. Na próxima compra, leia o rótulo com atenção. Experimente novos grãos. E redescubra o café todos os dias.
FAQs estratégicas sobre tipos de grãos de café e suas aplicações
O que diferencia o grão arábica do robusta?
O arábica tem sabor mais suave e menos cafeína. O robusta é mais amargo, encorpado e contém o dobro de cafeína.
Qual é o melhor tipo de grão para café filtrado?
O arábica é ideal, principalmente variedades como bourbon e catuaí, por oferecer mais complexidade e doçura.
O robusta é sempre de qualidade inferior?
Não. Existem robustas de alta qualidade, usados em blends para dar mais corpo ao espresso.
Grãos 100% arábica são sempre melhores?
Não necessariamente. A qualidade depende do cultivo, torra e processo, não apenas da espécie.
Posso usar grãos robusta para fazer café coado?
Sim, mas espere um sabor mais amargo e encorpado. É uma boa escolha para quem prefere cafés intensos.
Quais grãos são mais indicados para espresso?
Blends com arábica e uma porcentagem de robusta garantem equilíbrio entre corpo, crema e sabor.
O que são grãos especiais?
São grãos que atingem mais de 80 pontos na escala da SCA, com controle rigoroso de qualidade e rastreabilidade.
Qual a diferença entre grãos comerciais e especiais?
Os especiais têm maior controle de qualidade, menos defeitos e sabor superior. Os comerciais priorizam volume.
O que é o grão excelsa?
É uma subespécie rara, com sabor frutado e acidez marcante, ideal para quem busca perfis sensoriais diferentes.
Como saber o tipo do grão na embalagem?
Procure informações como “arábica”, “robusta”, ou o nome da variedade (ex: bourbon, catuaí) e pontuação sensorial.
Posso misturar diferentes tipos de grão?
Sim. Blends equilibram sabores e são comuns no espresso. A mistura ideal depende do objetivo sensorial.
Grãos fermentados mudam o sabor?
Sim. Eles apresentam notas mais exóticas, como frutas fermentadas ou vinhos, e são cada vez mais populares.
Qual tipo de grão tem menos cafeína?
O arábica possui cerca de metade da cafeína do robusta, sendo ideal para quem é mais sensível ao estimulante.
Que tipo de grão usar para cold brew?
Prefira arábica natural ou blends suaves com notas achocolatadas e baixa acidez para melhor resultado gelado.
Grãos diferentes exigem moagem diferente?
Sim. O tipo de grão, torra e método de preparo influenciam a moagem ideal para extrair o melhor sabor.
Qual o melhor grão para iniciantes?
Arábica com torra média ou suave, como bourbon ou catuaí. São fáceis de agradar e têm sabor equilibrado.
Leites vegetais combinam com todos os grãos?
Preferencialmente com grãos suaves e doces, como arábicas naturais, para harmonizar com o sabor do leite vegetal.
Grãos de café envelhecem?
Sim. O frescor dos grãos é essencial. Prefira grãos torrados há menos de 30 dias e armazene em local seco e escuro.
Café arábica tem menos amargor?
Sim. Em geral, o arábica apresenta menor amargor e mais doçura natural que o robusta.
Como diferenciar cafés por origem?
Regiões como Cerrado Mineiro, Mogiana e Sul de Minas têm perfis distintos. Leia o rótulo e busque certificações.
O que é o grão mundo novo?
É uma variedade de arábica com bom corpo e doçura equilibrada. Ótimo para espresso e coado.
Qual grão é melhor para métodos como prensa francesa?
Grãos mais encorpados e com torra média a escura, como mundo novo ou blends com robusta.
Existem grãos sem cafeína naturalmente?
Não. O descafeinado é obtido por processos químicos ou naturais, mas todos os grãos têm cafeína originalmente.
O tipo do grão influencia a acidez?
Sim. Arábicas naturais têm mais acidez, enquanto robustas tendem a ser neutros ou com baixa acidez.
Como armazenar grãos para manter o sabor?
Em embalagem com válvula unidirecional, local fresco, seco e ao abrigo da luz. Evite geladeira.
Posso usar grãos especiais no dia a dia?
Sim. Muitos cafés especiais têm preços acessíveis e proporcionam uma experiência superior mesmo em rotinas comuns.
Café gourmet é o mesmo que especial?
Não. “Gourmet” é um termo comercial. “Especial” segue critérios técnicos internacionais (como pontuação SCA).
Qual grão usar para latte art?
Arábicas com corpo médio e boa doçura ajudam a formar microespuma consistente, ideal para latte art.
Qual o papel da altitude no sabor do grão?
Altitudes elevadas favorecem grãos mais complexos e aromáticos, geralmente associados ao arábica.
Existe diferença entre grão nacional e importado?
Sim. Grãos nacionais têm perfis únicos. Os importados trazem diversidade sensorial, mas nem sempre são superiores.