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As vendas brasileiras de café na safra 2025/26 estão 17% abaixo da média dos últimos cinco anos, segundo levantamento da Safras & Mercado divulgado em junho de 2025.

O número representa uma forte desaceleração nas negociações, que atingiram apenas 28% da safra colhida até o fim de maio, contrastando com os 45% registrados na mesma época no ciclo anterior.

Especialistas apontam que esse atraso nas vendas reflete a combinação de preços menos atrativos, oscilações no mercado internacional e incertezas climáticas no cinturão produtor.

A situação tem preocupado cafeicultores e operadores de mercado, que observam aumento nos custos de produção e menor liquidez.

Neste artigo, você vai entender os principais motivos por trás da desaceleração, o impacto real nas cooperativas e exportadoras, e quais estratégias estão sendo consideradas para contornar essa fase delicada do mercado cafeeiro.

5 motivos por trás da queda nas vendas do café em 2025/26

consumo do café
Imagem Representativa

A retração atual nas vendas do café brasileiro é multifatorial, e entender os principais vetores é essencial para antecipar tendências e agir estrategicamente.

  • 1. Preços abaixo do esperado no mercado futuro:
    Muitos produtores consideram os valores atuais baixos para fechar contratos. Com as cotações oscilando na Bolsa de Nova York, parte dos cafeicultores prefere esperar por uma eventual recuperação nos preços internacionais.
  • 2. Atraso no início da colheita em regiões chave:
    Condições climáticas atípicas no Cerrado Mineiro e Sul de Minas provocaram atrasos de até duas semanas na colheita. Isso impactou o volume disponível para venda até maio.
  • 3. Alta nos custos de produção:
    Fertilizantes, defensivos e mão de obra ficaram mais caros em 2025, comprimindo margens e levando produtores a segurar o produto na expectativa de maior valorização.
  • 4. Menor demanda por parte de torrefadores europeus:
    Dados da CEPEA indicam recuo nas importações de café verde por parte da Europa Ocidental, refletindo estoques elevados e ajustes de consumo pós-pandemia.
  • 5. Insegurança cambial:
    Oscilações do dólar em relação ao real também tornam os produtores mais cautelosos em fechar negócios, especialmente os de exportação.

A decisão de segurar o café não é aleatória, ela é motivada por um ambiente de risco e margens apertadas. Mas isso pode sair caro no médio prazo.

Impactos diretos nas cooperativas e na logística do setor

Com as vendas abaixo do esperado, cooperativas enfrentam dificuldades para girar capital e negociar adiantamentos com seus associados.

Um exemplo concreto é o da Cooperativa Agropecuária de Guaxupé (Cooxupé), que registrou queda de 24% no volume entregue por cooperados em comparação ao mesmo período de 2024. Isso compromete a capacidade da cooperativa de ofertar financiamento, assistência técnica e até repasses de insumos.

Além disso, armazéns começam a enfrentar gargalos com o acúmulo de grãos não comercializados. Isso pressiona os custos logísticos e pode gerar prejuízos com estocagem prolongada, especialmente se houver incidência de fungos ou pragas.

Você já considerou os riscos logísticos de segurar sua produção por muito tempo? Em muitos casos, o custo invisível da espera pode superar os ganhos esperados com um melhor preço futuro.

Estratégias dos grandes produtores para mitigar o cenário

Em meio à incerteza, grandes produtores e cooperativas adotam medidas para preservar caixa e reduzir exposição:

  • Fixações parciais no mercado futuro:
    Alguns vendem frações da produção a valores médios, diluindo riscos e evitando vender tudo em baixa.
  • Armazenamento em silos climatizados:
    A busca por armazenamento de alta qualidade cresceu 18% em 2025, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), reduzindo riscos de perdas e mantendo flexibilidade de venda.
  • Seguro agrícola e hedge cambial:
    Há aumento na contratação de proteção contra variações do dólar e intempéries climáticas, um movimento típico de anos com incerteza global.
  • Negociação direta com compradores internacionais:
    Cortar intermediários pode resultar em margens melhores mesmo em cenários de preço mais apertado.

O segredo em 2025/26 é adaptação. Quem inova na gestão e reduz dependência de uma única estratégia tende a resistir melhor às instabilidades.

O que esperar dos próximos meses? Perspectivas até o fim da safra

As projeções para o restante do ciclo 2025/26 ainda são cautelosas, mas há sinais de possíveis mudanças:

  • Clima mais seco pode acelerar a colheita em julho/agosto, aumentando o volume disponível e facilitando o avanço nas vendas.
  • Expectativa de recuperação parcial nos preços:
    Analistas do Rabobank preveem valorização moderada até setembro, com contratos futuros podendo ultrapassar US$ 1,90/libra-peso caso as exportações da América Central sigam reduzidas.
  • Aumento na demanda asiática:
    Países como Coreia do Sul e China devem incrementar compras nos próximos meses, compensando parcialmente o enfraquecimento europeu.

Contudo, o cenário depende fortemente de fatores exógenos como câmbio, decisões de política monetária dos EUA e tensão geopolítica global.

Você está preparado para reagir a um mercado que muda a cada semana?

Vender ou esperar?

A retração nas vendas da safra 2025/26 acendeu um sinal amarelo em toda a cadeia cafeeira brasileira. A hesitação dos produtores é compreensível, mas também carrega riscos logísticos, financeiros e operacionais.

Em momentos como este, informação e estratégia superam o instinto. Avaliar com frieza, fazer contas e diversificar abordagens pode fazer toda a diferença entre prejuízo e rentabilidade.

O café pode esperar, mas os custos da espera não param de subir. Vender bem não é vender no pico, é vender com inteligência.

Explore Mais: História do café: 10 curiosidades brasileiras que mudaram o mundo

Duvidas sobre: vendas de café 2025

  1. Por que as vendas de café estão mais lentas em 2025/26?
    Porque os preços estão abaixo do que os produtores consideram viável.
  2. Quanto da safra já foi comercializada?
    Apenas 28% até maio de 2025, segundo a Safras & Mercado.
  3. Qual a média histórica para o período?
    Cerca de 45% da safra costuma estar vendida até maio.
  4. O clima influenciou essa retração?
    Sim, houve atraso na colheita em regiões produtoras por clima instável.
  5. A queda é generalizada em todo o Brasil?
    Principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
  6. Exportações também caíram?
    Sim, houve recuo nas vendas externas, especialmente para a Europa.
  7. O dólar impacta nas decisões de venda?
    Sim, produtores estão cautelosos com a oscilação cambial.
  8. Vale a pena segurar o café esperando preço melhor?
    Depende do custo de armazenagem e das condições do mercado.
  9. As cooperativas estão sofrendo com isso?
    Sim, a baixa entrega compromete fluxo de caixa e serviços aos associados.
  10. O preço do café vai subir nos próximos meses?
    Pode subir, mas analistas apontam recuperação moderada apenas.
  11. Quais estratégias os grandes produtores estão usando?
    Venda parcial, hedge cambial e armazenamento climatizado.
  12. Segurar o café pode gerar prejuízo?
    Sim, há risco de perda de qualidade e custos logísticos altos.
  13. Produtores pequenos têm alternativa nesse cenário?
    Sim, podem usar cooperativas e contratos coletivos para negociar melhor.
  14. A demanda por cafés especiais também caiu?
    Não, ela segue estável ou crescente em nichos específicos.
  15. Vale a pena antecipar parte das vendas?
    Sim, para manter caixa e reduzir riscos em um mercado volátil.

Autor

  • david dias

    Apaixonado por café e entusiasta do universo dos grãos, David Dias é especialista em explorar sabores, métodos de preparo e curiosidades sobre a bebida mais amada do mundo. Com anos de experiência no mercado de cafés especiais, compartilha dicas práticas e informações valiosas para transformar sua experiência com o café. Acredita que cada xícara tem uma história e está aqui para ajudar você a descobrir a sua.

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